Páginas

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Copa do Mundo 2014 - Concluído 3ª rodada (1ª fase completa)

Nessa 3ª e última rodada fiquei desejosa de que a Seleção do Brasil me trouxesse qualquer situação para guardar na lembrança que não estivesse relacionada ao Marcelo (Brasil) - negócio de ficar repetindo assunto não é muito minha praia. Só que após assistir o último jogo do Brasil senti que se não concluísse essa 1ª fase mencionando novamente ele seria injusta.
Como na 2ª rodada dei destaque a importância do atleta, dentro do campo, dialogar apenas com seu talento, acabou sendo justamente o que percebi acontecer com ele. 
Marcelo (Brasil) pareceu-me estar entregue apenas ao momento, permitindo que o único recurso a lhe ditar comando fosse à voz do talento que lhe é peculiar, e fez bacana. 
Destaco aqui o segundo gol. 
Quando ele deu o passe para que aquele gol pudesse acontecer (...) realmente pareceu-me que ele estava usando de si somente o que precisava para aquele momento, como a única coisa que é esperada por uma torcida: TALENTO!
Todos gritaram, obviamente, gol do Neymar, mas como fiquei aqui guardando lembranças das rodadas tendo ele como a figura... vi aquele gol como sendo merecido parabenizar a ele.

*****
Com o término desta 1ª fase dezesseis seleções perdem a possibilidade de colocar a mão na taça. 
O interessante é perceber o enorme desejo investido nessa forma de fim. Aqui a finitude significa erguer um símbolo, ser congratulado por um título e referenciado como o melhor do mundo. E para obter tal conquista, como podemos observar, inúmeros são os esforços para se chegar nele. Tais esforços possivelmente sejam pela enorme vantagem que essa forma de fim possibilita: o indivíduo pode ver e sentir o momento glorioso. Pois é! Quem sabe um “fim” como esse não tenha sido inteligentemente elaborado para suprir a finitude fria (da morte) que caracteriza a existência? Ou seja, de alguma forma desenharam possibilidades de estar num fim bonito, e a Copa do Mundo acabou se tornando uma dessas...
E não conseguindo chegar? Bem, o que senti é que essas dezesseis seleções podem ter perdido a oportunidade de estar nesse fim, mas a contribuição para fazer desse evento um momento glorioso foi espetacular. Dessa forma, qualquer palavra que não seja de elogio ou agradecimento a esses é, a meu ver, injusta. Pois o investimento que fizeram para estar nesse mundial não apenas serviu para atender a expectativa que tiveram, mas também propiciou acontecer o esperado: em toda essa primeira fase foi possível assistir futebol entre os “melhores” atletas do mundo. Quem assistiu, não cochilou! Ou, se cochilou, perdeu gol, etc.
Enfim, no fim alguma equipe colocará a mão na taça... Que sejam mãos  realmente merecedoras! Agora, que também seja entendido como merecedor olhar o imenso valor que tem a interdependência, pois essas seleções que partiram podem não ter mais oportunidade, mas sem elas nada poderia ter acontecido de forma tão espetacular. 


 *****
O goleiro colombiano Farid Mondragón deixa sua marca nessa Copa do Mundo 2014.
Bacana o recorde!  
 Futebol é gol! E gol foi algo que não faltou nessa Copa do Mundo até então. Só que nessa 3ª rodada, diferente das outras, não consegui ver algum gol que pudesse registrar aqui como algo fora do comum. 
Mas, peraí, sou brasileira, então jeitinho não falta. :). 
Se não teve um gol fora do comum, teve 3 gols sendo feito numa mesma partida por apenas um, e foi ele: Xherdan Shaqiri (Suiça)
  
 *****
Algo que o futebol tem, e a psicanálise me diz o motivo de ter, é agressão. Então, quem precisa ver uns e outros trocando carinho, futebol não é para assistir. Mas, ninguém precisa atacar o futebol por conta disso, pois o mundo tem uma pluralidade fantástica que acaba propiciando todos encontrar onde se satisfazer...
Outra situação do futebol é que “politicamente correto” também não condiz com esse esporte. Seria pavoroso ver jogador dizendo: “oi amigo, pode me emprestar à bola, por favor?” A realidade é: 
delicadeza existe para estar em outros ambientes, não em uma partida de futebol.
Agora, conflito psíquico não tem como entrar em campo. Ou seja, o atleta pode ter um talento espetacular que não será de serventia alguma se o mesmo não conseguir lidar com o outro(s), ou equipe, dentro de limites. É isso! Dento do campo não tem como o outro aceitar ser mamãe, papai, enfim, não tem como suportar ser espelho para sofrimentos psíquicos serem resolvidos...
O jogo Itália x Uruguai já havia me deixado triste por saber que um ou outro teria que partir nessa primeira fase, sendo que gostaria de ver essas duas seleções seguindo. Com o jogo acontecendo acabei ficando ainda mais triste pela situação entre Luis Suárez e Giorgio Chiellini.
Foi uma pena a Copa do Mundo ter tido essa situação. Suárez, a meu ver, foi um dos que apresentou uma das cenas mais bacana nesse mundial que foi a superação física, tendo em vista a operação delicada que precisou enfrentar. Fazer o quê? Eis a vida!
Enfim, não me sinto confortável, e muito menos com direito, para levantar hipótese sobre o comportamento do Luis Suárez. Mas, quem sabe o que Freud nos diz não possa ser algo interessante? 
“Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais; somos, também, o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos, “sem querer”. 
*****
Tecnologia a serviço de quem? 
Algo se destacou também nessa primeira fase da Copa do Mundo: jogadores e técnicos colocando mão na boca para conversarem.
Parece que está surgindo à necessidade de um novo hábito, que possivelmente deva ser bem desagradável, devido possibilidade de “leitura labial”.   

Será tão importante saber o que eles dizem? Não está havendo uma invasão na vida desses indivíduos um tanto quanto exagerada? Será que possibilidades oferecidas pela tecnologia não está sendo usada para desenvolver uma forma de comportamento inútil?
Refletir não cansa... 
Por fim:
A primeira fase foi concluída. Despedidas foram inevitáveis.
O show tem que continuar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário