Chega o fim da 2ª rodada da Copa do Mundo 2014.
Na primeira rodada tive a impressão que havia certa emoção [forte] no ar: e não apenas das torcidas, mas também das 32 equipes participantes. Parece ser questão da
chegada; do primeiro passo; do primeiro momento. Talvez até toda a dinâmica na
primeira rodada tenha inspirado sobressair o prazer do estar entre os melhores,
do ser o centro das atenções, o que fez a emoção ganhar força. Só que o ar leva tudo, incluindo emoção e prazer que se pode experimentar.
Com a chegada da segunda rodada parece que as fantasias do
início foram completamente diluídas. Entrou em campo à realidade. A certeza de
estar entre os melhores passou a significar a possibilidade de "ser" o melhor: a
competição acirrou.
Bem, sigo para algumas lembranças que esse segundo momento guardará:
E não é que começo guardando como lembrança novamente o
Marcelo (Brasil)?
A meu ver, no jogo do Brasil x México o comportamento em
campo dele parecia demonstrar um desejo muito elevado de fazer gol. Só que
não um desejo que prevalecia atender a Seleção/equipe, mas a si próprio.
Reparar
o gol [errado] na primeira rodada? Foi uma hipótese que levantei.
Parecia-me mesmo haver algo não claro
no comportamento dele dentro de campo. E quando ele não conseguiu refletir sobre
o ‘pouquinho depois’, na jogada onde havia uma grande oportunidade de um gol
acontecer, escolhendo o que o instante preciso o trouxe - possibilidade de pênalti
(?) -, aí foi difícil não olhar que ele realmente estava precisando resolver
uma necessidade individual.
Mas, é importante deixar evidente que isso que me refiro sobre ele é da possibilidade
que traz o olhar: fazendo gerar sentimento, reflexão e até palavras. Ou seja, jamais deve ficar como certo algo que se imagina do outro, porque em palavras ditas onde
um outro está presente o que precisa prevalecer é sempre a dúvida.
De qualquer forma, toda partida de futebol precisa iniciar
do 0 (ZERO). E zerado de lembranças também precisa estar o atleta. Ou seja,
dentro do campo somente o talento futebolístico deve estabelecer diálogo com o
jogador.
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E por falar em dialogar com talento,
Guillermo Ochoa (México) se destaca nessa segunda rodada como quem não fez
outra coisa no jogo contra o Brasil.
Ri muito com as várias
brincadeiras que criaram dele fechando o gol. :)
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A Seleção da Costa Rica novamente, nessa segunda rodada,
apresentou que veio para essa Copa do Mundo para surpreender.
Bonita
participação! Tomara que consigam seguir surpreendendo, pois gigante na verdade
é todo aquele que consegue ser, e não aquele que induzem a acreditar que são...
Aliás, a equipe da Costa Rica apresenta até uma lição
interessante. Vencer uma partida nesse início não significa vencer a Copa do Mundo,
mas a forma como eles comemoraram é como se estivessem vencendo. Talvez esteja
nesse comportamento a importância de se entregar maravilhosamente bem a um
momento bom, pois o amanhã não pertence a ninguém decidir como será...
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Mesmo antes de concluído a primeira fase já é do conhecimento
a despedida da Seleção da Espanha dessa Copa do Mundo. Pois é! Para ela a
possibilidade de manter o título de melhor do mundo não mais existe. Essa situação
possibilita fortalecer uma lição muito interessante: tudo que o ser humano cria
pode ser combatido e derrotado. A Seleção da Espanha criou uma forma de jogar
fantástica, que durante um bom tempo fez cansar os adversários. A questão é que
o futebol que ela criou pôde ser usado por um período por ser algo novo, só que tudo que é visto pode ser analisado. E como futebol é competição, envolvendo desejo
de vitória, obviamente não seria uma análise para apreciar. Parece que foi
exatamente isso que as outras seleções fizeram: analisaram o futebol criado por
eles, entenderam como jogar contra eles, e, dessa forma, o novo ficou velho. Esse
pode ser um efeito [prejudicial] que acontece quando a inovação não passa por renovação.
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Bela imagem: emoção explodindo em Serey Die (Costa do
Marfim)
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No futebol, por vezes, não
se comemora apenas a vitória do time ‘de coração’, mas também a derrota do
adversário. Ou seja, ver a tristeza no outro acaba sendo também prazeroso. Mas,
esse prazer se restringe a tristeza do emocional, porque esse emocionalmente
triste contribui para conseguir fazer entristecer ainda mais. É diversão que
envolve o futebol! Não deixando de haver o toma-la-dá-cá: ora um ri, outro
chora, e vice-versa.
Agora, se algum atleta
machuca tragicamente não importa time, porque a derrota desejada para o outro é
a que resulta apenas em gols não feitos...
O
que faltou na primeira rodada, talvez pela questão da emoção se encontrar
prevalecendo à competição, foi tristeza em ver jogadores se machucando. Só que a segunda rodada já não contribuiu para não passarmos por esse tipo de tristeza.
O que estamos vendo é uma
Copa do Mundo. É o desejo intenso de levantar a taça. O negócio é torcer não
apenas para a seleção ‘de coração’, mas também para que não haja
pela frente outros momentos de tristeza assim...
pela frente outros momentos de tristeza assim...
Bruno Martins (Holanda)
Von Bergen (Suiça)
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O gol mais bonito da rodada
para mim acabou ficando na partida entre Holanda x Austrália. O autor do gol
foi Tim Cahill (Austrália)
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Nessa segunda rodada novamente aparece gol
sofrendo injustiça: “sexto” gol da França. O que foi visto é ‘de novo’ algo estranho
acontecendo com a Seleção da França.
Na primeira rodada a Seleção teve que
começar o jogo sem cantar o hino. Agora na segunda rodada o juiz resolve
inovar finalizando a partida acontecendo uma jogada espetacular.
Estou até pensando qual será a próxima ‘urucubaca’
que a Seleção da França terá que passar nesse mundial.
E aí, FIFA? Cadê o padrão? Pois, é
estranho juiz que ‘inova’ apitando jogo de Copa do Mundo.
Karim Benzema (França)
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O gol emocionante: Luiz Suárez (Uruguai).
Quem sente em si a verdade humana, sente prazer em ver outro
ser humano superando seus conflitos, pois a superação é algo que o indivíduo
sempre precisa, e quando vê possibilita muito acreditar no poder acontecer...
Suárez, depois das expectativas do que seria do futebol dele
por ter precisado enfrentar um conflito, apresentou um belo exemplo do quanto o
ser humano é capaz de superar as dificuldades na vida...
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O gol previsto aconteceu: Miroslav Klose (Alemanha)
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Não foi nada legal o comportamento de alguns torcedores do Chile.
Ter o forte desejo de assistir um jogo em estágio
(principalmente sendo da Seleção para qual torce) não faz parte da vontade
apenas de alguns. Milhares de pessoas gostariam de poder usufruir dessa
possibilidade. Aliás, a Copa do Mundo, depois de 64 anos, novamente acontece no
Brasil, no entanto milhares de brasileiros estão assistindo os jogos em casa ou na rua. Se pudessem estar nos estágios, obviamente estariam...
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Para concluir, novamente tenho dificuldade
para encontrar situações que possa abrilhantar a Seleção do Brasil. Triste
isso!
Aliás, já estou até me afeiçoando ao
Marcelo, pois pela segunda vez ele me fez ter algo para que pudesse estar
mencionando a Seleção.
Está estranha a situação!
Estou confusa em
relação à imprensa estar desejando ouvir palavras de motivação, ou precisando
transmitir palavras motivacionais para o torcedor brasileiro, cada vez que
entrevistam...
O Felipão, tanto quanto o Parreira, são
pessoas as quais nutro estima não é de hoje. Eles têm um histórico de trabalho digno e bonito. Agora, os dois jogos que a Seleção do Brasil apresentou até então está
evidenciando que se futebol fosse pela lógica ela não venceria essa Copa. A
impressão é que, nas entrevistas, tentam forçar o Felipão, ou mesmo o Parreira,
a dizer palavras que sobreponha a visão. Porque numa competição desse nível (Copa
do Mundo) não existe time evoluir durante... Ou seja, numa competição assim o
time precisa entrar pronto.
Se essa lógica do evoluir enquanto uma Copa do
Mundo está acontecendo valesse... Peraí! Então a Seleção da Espanha teria chance,
pois ela evoluiu em relação à primeira rodada. Com a Inglaterra também não foi
diferente. Quer dizer, essas Seleções estavam evoluindo, só que não era momento
para isso. Qual foi o resultado para elas?
A possibilidade, já que a Seleção do Brasil está evoluindo nessa altura do campeonato, é que a diferença em relação as outras que também estavam evoluindo, se fará pela "sorte" para poder seguir...
Outra situação que parece estar também bem
estranha, com relação à imprensa, é que, talvez, por essa situação do ‘estarem
em casa’ estejam envolvendo exageradamente os jogadores para obterem matérias
apelativas.
Obviamente deve contribuir tocar a emoção
dos jogadores, mas para isso existe técnico, psicólogo, médico, enfim, uma gama
de profissionais que recebem justamente para exercer essa função, para cuidar
do que os jogadores precisam. É uma equipe ‘preparada’ para fazer esse
trabalho. E em se tratando da Copa do Mundo a torcida brasileira não vai valorizar
prazer pela vida que cada jogador teve. Ou seja, se os jogadores choraram ou se sorriram
pelo caminho de suas vidas isso
não resolverá a mágoa da torcida brasileira se eles perderem.
Agora não é hora de contar estorinhas, de envolver jogadores em lembranças:
há
uma ‘competição’, que é muito valorizada por milhões de brasileiros,
acontecendo.
No mais, o prazer, tanto quanto a comemoração, da torcida brasileira,
se fará valer por cada vitória que a Seleção do Brasil conseguir em campo. E o
que podemos prever é que se o Brasil vencer essa copa será um tudo bem, pois todos
irão dividir os louros. Agora, se a Seleção do Brasil perder, talvez a própria
imprensa que está apelando para coloca-los em evidência, como heróis para
servir o momento, seja a primeira a crucifica-los.
Talvez seja bom não esquecer que se deve andar devagar com o andor porque todo santo é de barro.
Todas as imagens foram copiadas através do google. Reivindicar autoria é um direito do autor, significando satisfação para mim.
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