Popularmente chamada de cobra-de-duas-cabeças ou cobra-cega. Mas, seu nome real parece ser Anfisbena. Para mim, simplesmente cobra que me faz pensar em serpente.
Aliás, todas
às vezes que vejo essa espécie vem a minha lembrança o livro de Gênesis.
Recebi
também, quando criança, o ensinamento sobre a criação da vida. Leve em
consideração que vou escrever nesse trecho a história sendo contada para uma
criança.
Então, quando
chega na criação humana, eis que Deus cria o homem (Adão) e vendo-o só percebe
que a ele faltava uma companhia. Dessa forma, Deus o adormece para tirar da sua
costela a mulher (Eva). Os dois podiam usufruir de tudo que havia no paraíso,
menos do fruto (maça) de uma árvore – o fruto proibido. A mulher, seduzida pela
serpente (diabo) que estava na árvore, desobedece a Deus. Ela come o fruto e dá
ao homem para comer também.
Resumo desse
princípio, todos sabem, os dois foram expulsos do paraíso.
Saindo da
forma [resumida] como escutei a história na infância.
No princípio
da formação psíquica, uma história escutada sistematicamente, obviamente tende
a afetar. O entendimento sobre a vida está sendo elaborado pelo consciente, o
que envolve formação de conceito, certezas, e por aí afora... Aliás, lembrei
aqui, vai ver que é por isso que maça (a escolhida para simbolizar) não é uma fruta
de que gosto – mas, isso não vem ao caso. rsrs
Pois é! Tudo
passa e vira história pra contar. Até o próprio paraíso, registrado em Gênesis,
passou... Mas, parece que esse não passou sem deixar revelações interessantes -
que nada tem haver com a fantasia popularizada de Eva ter feito Adão pecar. Aliás,
sobre isso, se Deus criou o homem, para ele tudo disse, e depois criou a
mulher, parece importante levar em consideração que a mulher só poderia saber
que era proibido comer o fruto se Adão tivesse lhe transmitido o que escutou de
Deus. Ou seja, se Deus explicou para o homem o que não era permitido,
obviamente isso demonstra que o homem só poderia saber recebendo a explicação.
Com a mulher, que veio depois, não seria diferente - ela também precisava escutar para saber. Aqui
temos dois pontos: (1) a sorte de Deus ter criado primeiro o homem. Pois, se
tivesse criado primeiro a mulher, tudo seria explicado para o homem nos mínimos
detalhes. Dessa forma, os dois estariam até os dias atuais vivendo no paraíso e
nós não existiríamos; (2) as mulheres que tem sentimento de culpa sem nada ter
feito, que tem uma sensação estranha de culpa sem saber de onde vêm (...) o
paraíso não acabou por culpa da mulher. Eva não recebeu o recado. Ok?
Mas, a
questão aqui é outra, que parece nos revelar uma realidade da essência humana, que não desaparece no tempo e espaço. Uma
realidade que podemos facilmente perceber na atualidade prejudicando muito o
Brasil. Essa realidade é a dificuldade que o ser humano tem de assumir
responsabilidade pelos seus atos.
Então, quando
Deus retorna ao paraíso e percebe Adão escondido, questiona o motivo. Eis que ele
culpa Eva por ter comido do fruto proibido, já Eva, mais que depressa, joga a
culpa para a serpente. Infelizmente, é preciso reconhecer que desse triângulo
(homem x mulher x serpente) somente a serpente teve caráter, diante de Deus, de
assumir sua condição falha, de assumir o seu mal. Em outras palavras, o cenário parece
demonstrar que somente a serpente se submeteu e/ou respeitou verdadeiramente a
superioridade de Deus – sabendo que nada podia ser escondido de Deus a serpente
não buscou nada e ninguém para culpar. Resultado disso? A vida seguiu, tomou
novos rumos. Foi ruim? Para mim não. Adorei ter nascido.
O que existe
para observamos na realidade? Será muito difícil o meio político conseguir transformar
a realidade atual enquanto determinados indivíduos com função política não
conseguirem se responsabilizar por seus atos, assumirem o seu mal.
Enquanto isso não acontecer, haja paciência para ficar assistindo repetidamente o cenário final do paraíso (Adão e Eva diante de Deus depois do fruto comido). "A culpa foi dele(a)". "A culpa não é minha". "Não foi eu que fiz". "Eu não sei de nada". "Isso não me pertence". E por aí afora...
Haja paciência...
Paz e
bem!
Sandra Valeriote
Sandra Valeriote
Se cada um reconhecesse seus erros desde o princípio da criação... acredito que não haveria tantas pessoas dissimuladas.....hipócritas.... Gostei muito desta postagem amiga Sandra Valeriote.....
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