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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Ciúme de bichinho de estimação?

Caro leitor, se é comum ou não o assunto que trago para essa publicação, não sei. O que sei é que aconteceu comigo, achei interessante a intensidade da situação, e pensei: será que esse conflito não acaba acontecendo por aí?
Pois bem! Certa vez tive uma cachorrinha que passou por uma situação complicada e não resistiu. Eu tinha chegado com ela do veterinário, deixei-a na sala enroladinha em uma blusa minha.  Foi questão de minutos do meu retorno para encontrá-la morta. Precisei enfrentar uma sensação terrível, que só explica pelo amor que possuímos e fomos cultivando, no coração, pelo bichinho. Portanto, para ser mais correta, foi um luto mesmo.
Acabei prometendo a mim mesma que jamais teria outro bichinho de estimação. Mera promessa! Alguns não desfazem promessa? Estou nessa lista. Desfiz a minha.  
Hoje, tenho outro grande amor (Kick Buttowski - tão levado quanto o personagem). Cheguei onde percebi a interessante intensidade em uma situação: por exemplo, o ciúme de pessoas que amamos, em relação a esse amor que sentimos e vivemos com intensidade. Sim! É intenso! Mas que amor é esse que só nos faz bem, mas a outros incomoda? Quantos já ouviram: “Você ama mais esse cachorro do que a mim, do que todo mundo.” “Esse cachorro é tudo pra você!” E a pessoa acaba sofrendo por acreditar que não é amado. Ou, que não é amado com tanta intensidade.
Se há esse ciúme por aí, calma! Esse tipo de sofrimento é desnecessário. Aliás, deve-se até agradecer por não ser amado com tal intensidade, porque o que temos nessa forma de amor é uma "dependência absoluta". E nenhum ser humano merece viver essa forma de amor, pois é impossível usufruir da liberdade. O bichinho depende absolutamente de nós. A pessoa humana, acima de tudo a mais crescida, já não é dependente dessa mesma forma. E é isso que, no geral, os ciumentos confundem.
A questão é: pessoas que amamos sobrevivem tranquilamente sem a nossa presença em suas vidas. Ainda bem por isso! Afinal de contas, é maravilhoso saber que as pessoas que amamos estão bem. Já um bichinho de estimação, não. Se ele não for cuidado, morre. E por essa ligação de "dependência absoluta" cria-se um companheirismo especial.
Se há esse tipo de ciúme, e quem tem acabou lendo esse texto, pode até pensar: "mas porque esse companheirismo especial não pode ser comigo? Em nada até aqui meu ciúme diminuiu". Repito: nessa forma de amor há uma "dependência absoluta". Quem tem ciúme, com desejo de viver com o outro essa forma de amor, deve refletir se não está desejando que a pessoa lhe seja um bichinho de estimação.
Paz e bem!
Sandra Valeriote

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